1- EVANGELISMO INEFICAZ
Observando a história da Igreja, nos diversos países e nas várias culturas no passado e no presente, vemos que a forma de evangelização e o seu conteúdo estão ligados diretamente ao contexto cultural da nação. O conteúdo das Igrejas evangélicas é bíblico, no entanto, a forma de transmissão da mensagem tem grande variação e, muitas vezes, perde a sua autenticidade, a verdade maior. Olhando, especificamente, para o Brasil, notamos que o evangélico brasileiro foi preparado para três tipos de evangelismo: a) Evangelismo anti-catolicismo Nossos crentes foram treinados e já passaram para outra geração, uma forma de evangelização contra o catolicismo, baseado, principalmente, no combate à idolatria e outros costumes católicos. A essência do evangelho é colocada em segundo plano e o ataque frontal e até violento às doutrinas pagãs e católicas assume lugar prioritário dentro do nosso plano de evangelismo. b) Evangelismo condenatório Acompanhando o ataque à idolatria católica, veio a mensagem de condenação, ou seja, é raro um não-crente, no Brasil, não ter ouvido, pelo menos, uma vez na sua vida que já está no inferno. O chavão “sou salvo” causou muita revolta entre os brasileiros que não entendem o porquê de tanta presunção, se comemos “feijão com arroz” como eles. A questão não é dizer que está salvo, mas, em primeiro lugar, mostrar o por quê afirmamos isso. Condenar, julgar menosprezar, sentir-se espiritualmente superior, sempre foram ingredientes bem presentes na evangelização dos crentes brasileiros. c) Ataques aos efeitos Com os ataques ao catolicismo e um evangelismo condenatório, vieram os confrontos aos efeitos do pecado na vida do homem. É comum ouvirmos nos programas de rádio e televisão, nos púlpitos das igrejas, nos mais variados cultos e na evangelização pessoal frases como essas: - Você tem um vazio no coração e só Deus pode preencher! - Pare de sofrer! - Se você tem um fardo nas costas venha a Jesus. - Se está angustiado. É preso ao vício. Está sem esperança...Jesus o libertará. - Só Jesus é a solução. A principal mensagem do Evangelho, que é voltada para o pecado do homem e sua separação de Deus, no geral, não é abordada. E se passa o tempo inteiro falando, apenas, dos efeitos do pecado na vida humana.
2- EVANGELISMO EFICAZ
O desejo de evangelizar brota no coração por obra do Espírito Santo. O maior problema que afeta as nossas igrejas hoje é falta de um verdadeiro novo nascimento. Muitos crentes estão nominais ou carnais, como as características reveladas em 1 Co 3.1-4, Rm 8.5-8, Gl 5.19-21. Os nascidos de Deus não estacionam na sua experiência de salvação, mas procuram o revestimento e a plenitude do Espírito Santo (Ef 5.18, Gl 3.14). O novo nascido evangeliza por amor e com poder. Sua preocupação será com o perdido e seu destino eterno, sente-se inquieto e insatisfeito se não evangelizar. Portanto, alguns modelos eficazes de evangelismo são: I) Evangelismo pessoal Neste evangelismo, como nos outros, é necessário o conhecimento da Palavra de Deus, oração (buscando a ajuda do Senhor), unção do Espírito Santo e consagração. Devemos fazer durante a evangelização o seguinte: evitar longas conversas; evitar atrasos; não utilizar frases decoradas ou vazias; ter cuidado com perguntas indiscretas; é bom além do conhecimento bíblico, ter conhecimentos gerais, encontrando-se atualizado com a nossa realidade; demonstrar sensibilidade aos sofrimentos e a necessidade, sem perder de vista que a necessidade maior é a salvação; ao encerrar, sempre orar. II) Evangelismo em presídios Não há crime que o sangue de Jesus não possa purificar, nem que Sua morte na cruz não possa pagar. Baseado nesta verdade, muitos grupos protestantes têm feito trabalhos evangelísticos em várias prisões no Brasil. Vários são os frutos destes trabalhos. Muitas conversões de bandidos perigosos impactaram até mesmo os diretores de alguns presídios que, numa atitude iluminada por Deus, criaram pavilhões exclusivos para os recuperados pelo poder de Jesus Cristo. Devemos seguir algumas orientações na evangelização de presos, tais como: não trate-o como um ser anormal; nunca tome a iniciativa de vasculhar o seu passado; contribua com donativos (roupas, remédios); leve sempre mensagens que enfoquem esperança de restauração, reconciliação com Deus (2 Co 5.17-19, Rm 8.1, Jo 1.9); cite exemplos bíblicos de pessoas que foram restauradas pelo poder de Deus (por exemplo: a conversão de Paulo). III) Evangelismo em hospitais Ocasiões de desespero, tristeza, enfermidades oferecem ao obreiro cristão excelente oportunidade de prestar assistência espiritual. A pessoa enferma, geralmente se torna mais receptiva do que em qualquer outra ocasião. A nossa função é acompanhar o enfermo fortalecendo-o, encorajando-o, dando conforto e assistência espiritual. Quem evangeliza em hospitais deve executar o objetivo de seu trabalho e não incorrer no erro de priorizar a cura do enfermo em detrimento da exposição da Palavra. Nem sempre Deus quer curar, mas, com certeza Deus quer salvar. A sua visita deve levar naturalmente muitos benefícios ao enfermo, tais como: atitude positiva, tranqüilidade, segurança, amor e perdão, otimismo, esperança. IV) Evangelismo em massa Este tipo de evangelismo tem como objetivo atingir o maior número de pessoas possível. Foi a forma de evangelismo empregada pela Igreja Primitiva, foi também a praticada por Jesus e é bastante usada nos nossos dias. Para montarmos um evento em massa precisamos: formular o objetivo (Lc 14.28-32), conseguir a unidade da equipe (Jo 17.21-23 e At 3.32), um líder e uma pequena equipe para estruturar (Lc 14.28), um preletor específico e local para a pregação, formar equipes (tais como: equipes estrutural, de divulgação, financeira, de recepção, de aconselhamento, de louvor, de oração, de primeiros socorros). Algumas atividades do líder da campanha seriam: várias reuniões com todas as equipes (de cunho espiritual e as de fim administrativo), distribuir tarefas específicas para cada equipe e acompanhar o desenvolvimento das tarefas, está preparado para agir em qualquer eventualidade, reunir todas as equipes para fazer uma avaliação final e verificar os frutos da campanha de evangelismo. Que possamos nos dispor para trabalhar para o Senhor, sendo canais de bênçãos para aqueles que não conhecem a Palavra da Salvação. Que possamos levar a Palavra de forma eficaz.